Artigo de cientistas brasileiros questiona certeza do governo sobre óleo supostamente ter vindo da Venezuela
Do UOL:
Um artigo assinado por 25 cientistas de instituições de Brasil, Espanha e Itália, e publicado hoje pela revista Marine Policy, questiona a certeza das autoridades brasileiras sobre a origem do óleo que atingiu 1.009 praias em 11 estados do Brasil no segundo semestre do ano passado. Segundo autoridades, o óleo seria venezuelano.
De acordo com o texto “Derramamento de óleo no Atlântico Sul (Brasil): desastre ambiental e governamental”, faltou transparência ao governo brasileiro com a comunidade científica para mostrar a forma como a hipótese foi confirmada. Por conta disso, no momento, eles dizem que não podem descartar qualquer possibilidade da origem de óleo.
“O procedimento para a identificação do óleo a origem não é clara e poucos detalhes foram divulgados. Nos poucos resultados publicados, os Hopanos foram monitorados somente pelo GC-MS, modo SIM (m/z 191) e, com base nisso, concluiu que o óleo derramado foi extraído de um campo de petróleo venezuelano”, afirma o texto.
“No entanto, de acordo com as bases modernas do processo orgânico ciência forense de geoquímica, o primeiro passo na identificação de uma fonte derramamento de óleo é caracterizar meticulosamente o óleo com base na cromatografia em fase gasosa [por exemplo, detecção de ionização de chama ou massa espectrômetro, bem como a massa de ressonância de ciclotron de íons de transformada de Fourier espectrometria”, afirma.
A informação de que o óleo é venezuelano foi repetida diversas vezes em entrevistas pelo ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles.
Duas instituições divulgaram, em outubro, resultados apontando a origem do óleo. A Petrobras informou que análise em mais de 30 amostras indicou que petróleo saiu de três campos venezuelanos.
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