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As atitudes que derrubam notas de passageiros no Uber e 99, segundo motoristas

Motorista de aplicativo. Foto: Reprodução

Chamar um carro por aplicativo virou rotina, mas muitos passageiros esquecem que também estão sendo avaliados. Nas plataformas como Uber e 99, a nota do usuário funciona como um histórico de comportamento. A média leva em conta as últimas centenas de corridas e, quando cai demais, pode fazer com que motoristas evitem aceitar chamadas ou até que a conta sofra restrições.

Motoristas relatam que avaliações baixas costumam começar antes mesmo do embarque. Pedir o carro sem estar pronto, fazer o motorista esperar em local proibido ou indicar um endereço errado são atitudes recorrentes. “Às vezes não tem onde parar, a pessoa fica esperando lá dentro, e a gente correndo risco de multa”, relata um condutor ao Estadão. Pequenos atrasos, segundo eles, frequentemente custam estrelas.

Durante a corrida, outros comportamentos pesam na avaliação. Mudanças de rota sem aviso, tentativas de controlar a direção, bater a porta com força e comer ou beber dentro do carro aparecem entre as principais queixas. Casos de sujeira deixada no banco ou no assoalho também são citados. “O problema é que não é só você que vai usar o carro. Outras pessoas entram depois”, explica um motorista.

À noite, os conflitos ganham outro tom. Motoristas que trabalham na madrugada relatam consumo de álcool, tentativas de fumar no veículo e episódios frequentes de assédio. “Acontece todo dia”, afirma um deles, que diz recorrer às denúncias no aplicativo como forma de proteção. Para esses profissionais, a nota do passageiro funciona como alerta. “A nota diz muito quem é você”, diz outro motorista.