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Asilo do Rio tem primeiro caso de recusa para tomar vacina contra covid

Embalagem da Coronavac, a vacina produzida pelo laboratório chinês Sinovac contra a Covid-19 Foto: Governo de São Paulo / Divulgação

De Lucas Altino no Globo.

Na tarde desta segunda-feira (18), quando a prefeitura oficializou o início da vacinação contra Covid-19, os residentes e funcionários do Recreio dos Anciões receberam a confirmação de que o asilo seria uma das 10 Instituições de Longa Permanência (ILPI) da cidade contempladas na primeira fase de vacina. A reação imediata foi de alegria, choro e comemoração. Mas o cenário não foi unânime: um casal de idosos decidiu que não tomaria a vacina, após discussão com a família. Esse tipo de posição, apesar de minoritário, vem gerando discussões jurídicas e afligindo gestores de ILPIs.

O Recreio dos Anciões, na Tijuca, tem 154 idosos residentes. Como não é necessária uma autorização para vacinação, a não ser em casos específicos de pessoas demenciadas ou interditadas judicialmente, o asilo enviou comunicado para todas as famílias sobre o início da campanha de vacinação e estipulou que, no caso de recusa, a pessoa teria que assinar um termo de responsabilidade. Uma família comunicou que não estaria de acordo com a vacina, e, então, o casal de idosos não será vacinado nesse momento.

— A filha nos comunicou que seus pais não vão aceitar a vacina. O pai não tomaria porque fez uma cirurgia no dente agora, e a mãe vai fazer uma checagem num cardiologista. Eles estão receosos e já tiveram Covid-19 também. Por enquanto não podemos fazer nada, porque é preciso ter consentimento para vacinação. Nossa decisão será de comunicar o Ministério Público do Rio (órgão que, por lei, pode aplicar sanções nesse tipo de caso em campanhas de vacinação, mas ainda há incertezas sobre a vacina da Covid-19) — explicou Debora Mathias, administradora do Recreio dos Anciões.

Por enquanto, esse foi o único posicionamento contrário à vacina dentro do asilo, disse Debora.

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