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Assessores de Jair Bolsonaro fizeram depósitos para ex-cunhada quando ele era deputado

Presidente Jair Bolsonaro deixa o Congresso Nacional após tomar posse. Depois de passar as tropas em revista, o presidente seguiu para o Palácio do Planalto. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Da Coluna de Juliana Dal Piva no UOL.

No período em que foi registrada como assessora do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), Andrea Siqueira Valle, ex-cunhada do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), recebeu seis depósitos de alguns dos principais funcionários dele na época da Câmara dos Deputados.

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O então deputado federal Jair Bolsonaro a empregou em seu gabinete por oito anos (de setembro de 1998 a novembro de 2006). Ela é irmã de sua segunda mulher, Ana Cristina Siqueira Valle. Logo em seguida, Andrea foi nomeada no gabinete de Carlos, onde Ana Cristina era chefe de gabinete.

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Dados do extrato bancário dela, anexados na investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro MP-RJ, mostram que, entre abril e maio de 2008, Andrea recebeu um total de R$ 1.115 em seis depósitos em dinheiro vivo numa conta que ela tinha no Bradesco.

Três desses depósitos, num total de R$ 445, foram feitos por Jorge Francisco, ex-chefe de gabinete de Bolsonaro. O primeiro foi no dia 9 de abril e os outros dois ocorreram uma semana depois. Francisco morreu em março de 2018 e é pai do ministro Jorge Antonio de Oliveira Francisco, do Tribunal de Contas da União. Antes do TCU, ele comandou a Secretaria Geral da Presidência da República no governo Bolsonaro.

Telmo Broetto, outro antigo assessor de Bolsonaro, fez mais três que somaram R$ 670. Dois em abril e um no dia 6 de maio de 2008. Hoje ele consta como assessor do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-RJ) e recebe um salário de R$ 15,6 mil.

Os depósitos coincidem com o mesmo período em que Ana Cristina deixou de trabalhar com Carlos no Palácio Pedro Ernesto. Ela foi exonerada em abril de 2008, já separada de Jair Bolsonaro.

Ao mesmo tempo em que ela recebe os valores em uma conta do Bradesco, Andrea sacava, em espécie, mensalmente quase todo o salário que recebia da Câmara dos Vereadores em uma outra conta do Banco do Brasil.

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