Associação de médicos católicos diz que vacina tem “fetos abortados” e é desmentida por cientistas
Da Coluna de Mônica Bergamo na Folha:

AFP
Um parecer da recém-fundada Associação de Médicos Católicos de São Paulo está causando polêmica na Arquidiocese de São Paulo. Ele diz que “a maioria das vacinas” usam “células tronco originárias de fetos abortados”. E por isso são “inaceitáveis do ponto de vista ético”.
Afirma ainda que os imunizantes contra a Covid-19 não passaram por estudos de genotoxicidade —que descarta a possibilidade de causarem mutações no DNA.
(…) As informações do documento são desmentidas de forma contundente por cientistas. “É totalmente infundado. É até difícil de responder porque é totalmente fake news”, diz o virologista Thiago Moreno Souza, da Fiocruz.
“Não existe teste em células tronco para desenvolver vacina”, afirma ele. “Além disso, a informação sobre fetos embrionários é obsoleta. Hoje já é possível usar células-tronco induzidas a partir de células de um adulto, com consentimento”, completa.
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