Atraso nas reformas e avanço militar desgastam Guedes no governo Bolsonaro

De Fábio Pupo e Gustavo Uribe na Folha de S.Paulo.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, vive dias estressantes. Publicamente, teve de contornar a repercussão de duas falas desastradas –ter chamado o servidor público de parasita e associar a festa do dólar barato à ida de domésticas à Disney.
Nos bastidores, ainda precisou suportar mais um adiamento no envio da reforma administrativa para o Congresso e o avanço da influência dos militares nas decisões do Executivo.
Consolida-se a percepção de que o próprio presidente Jair Bolsonaro e o núcleo militar não querem a reforma que mexe com os servidores. Cogitou-se, a contragosto de Guedes, que a proposta até fosse para a gaveta.
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O pano de fundo do vaivém é um realinhamento no jogo de forças do governo.
Em termos de estrutura de comando, Guedes é um superministro. A Economia, que reuniu praticamente cinco pastas de governos anteriores, ficou ainda maior neste mês com a incorporação da secretaria especial do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos, antes na Casa Civil).
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