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ÁUDIO: A conversa entre Aécio Neves e Joesley Batista

Do Metrópoles

A delação premiada da JBS deu início a uma nova hecatombe política em Brasília. Nesta sexta-feira (19/5) outros detalhes do acordo firmado entre o Ministério Público Federal (MPF) e os irmãos Joesley e Wesley Batista vieram a público.

Em conversa mantida com Joesley, o senador Aécio Neves (PSDB) pede R$ 2 milhões ao empresário, sob a justificativa de que precisava da quantia para pagar despesas com sua defesa na Operação Lava Jato. “Se for o Fred, eu ponho um menino meu, se for você, sou eu.  Eu só faço desse jeito, entre dois, só dá pra ser entre dois”, diz Joesley sobre a entrega da quantia.

O Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou os áudios e vídeos referentes aos acordos de colaboração nesta sexta-feira (19/5). O ex-presidente do partido e o presidente da JBS teriam se encontrado no dia 24 de março no Hotel Unique, em São Paulo.

Ouça a íntegra do aúdio:

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No começo da conversa, o senador tucano discute com o dono da JBS sobre os rumos da Operação Carne Fraca. Aécio diz a Joesley que estaria pressionando Temer para forçar um pedido de desculpas da Polícia Federal.

“Eu tava falando com o Trabuco hoje de manhã, fomos apertar o Michel agora. A Polícia Federal tinha que fazer um mea culpa pública e pedir desculpa (…). Foi uma cagada generalizada, mas eu tô querendo apertar de novo o Michel nessa história. (…) Uma mea culpa do Brasil que Michel não teve culhão de cobrar do cara pra fazer”, afirma o senador.

O ex-presidente do PSDB ainda demonstra que estaria articulando pela aprovação de projetos em tramitação como a anistia ao caixa 2 e o pacote anticorrupção.

“O ministro afirmando que está com confiança total, nós estamos. Porque o negócio grande não dá para assinar na surdina. Tem que ser o seguinte, todo mundo assinar, o PSDB vai assinar, o PT vai assinar, o PMDB vai assinar, estamos montando. A ideia é votar, porque o Rodrigo devolveu aquela tal das dez medidas, a gente vai votar naquelas dez medidas, naquela merda daquelas dez medidas. O que eu estou sentindo, estou trabalhando nisso igual um louco”, diz.

Confira a transcrição de trecho da conversa (a partir do minuto 33):

JOESLEY: Deixa eu te falar dois assuntos rapidinho: A sua irmã teve lá.

AÉCIO: Obrigado por ter recebido ela lá.

JOESLEY: Ela me falou de fazer dois para aquele advogado, mas não dá pra ser isso mais, tem que ser, eu acho, pelo que tá vendo tudo, pra mim e pra você, primeira coisa…

AÉCIO: É que os dois que eu estava pensando, já trabalha pra você.

JOESLEY: Eu se, eu sei…

AÉCIO: É, é. É que…

JOESLEY: Esse aqui, ponto. Acabou, aí não tem, pronto. Primeira coisa, eu consigo (ele faz um gesto com as mãos de 500, de acordo com a PF), pouco, mas é das minhas lojinhas que eu tenho, que caiu a venda pra *****. Tá uma *****.

AÉCIO: Como é que a gente combina?

JOESLEY: Tem que ver, você vai lá em casa, ou…

AÉCIO: O Fred.

JOESLEY: Se for o Fred, eu ponho um menino meu. Se for você, sou eu. Eu só faço desse jeito, entre dois, só dá pra ser entre dois, não dá pra ser…

AÉCIO: Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação

JOESLEY: Isso, isso.

AÉCIO: …mataria

JOESLEY: Eu com você, pronto, ou…

AÉCIO: O Fred com um cara seu.

JOESLEY: Tá bom.

AÉCIO: Vamos combinar o Fred com o cara seu, que ele sai de lá e vai no cara.

JOESLEY: Pronto.