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Autossabotagem: ciência explica como cérebro é programado para nos manter gordos

Médico calculando obesidade em homem. Foto: reprodução

Durante décadas, acreditou-se que emagrecer era uma simples equação de comer menos e se mover mais. A ciência moderna, no entanto, revela que a dificuldade em perder peso está profundamente enraizada em nossa biologia evolutiva. Para nossos ancestrais, a gordura corporal era uma reserva crucial de sobrevivência, e o cérebro humano desenvolveu mecanismos complexos para defendê-la.

Quando uma pessoa emagrece, o corpo interpreta a perda de peso como uma ameaça. Como resultado, os hormônios da fome aumentam, os desejos por comida se intensificam e o metabolismo desacelera para conservar energia. Essas adaptações, outrora vitais em um ambiente de escassez, tornam-se obstáculos em um mundo com comida abundante e fácil acesso.

Pesquisas recentes mostram que o cérebro pode “lembrar” do peso anterior mais alto e trabalha ativamente para restaurá-lo. Esse fenômeno explica por que o reganho de peso após uma dieta é comum e não uma simples falha de vontade. “É simplesmente o corpo realizando o que evoluiu para fazer: se defender da perda de peso”, apontam os estudos.

Medicamentos modernos atuam imitando hormônios que controlam o apetite, oferecendo uma nova abordagem. Especialistas ressaltam, porém, que a saúde geral não se resume ao peso na balança, sendo igualmente crucial priorizar exercícios, sono de qualidade e bem-estar mental para melhorar a saúde cardiovascular e metabólica.