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Ayahuasca: Religiosos entram em crise após cobrança por apoio a Bolsonaro

Jair Bolsonaro com expressão séria
Jair Bolsonaro (PL) – Reprodução/Instagram

A União do Vegetal entrou em crise interna após a cobrança de mestres da religião por apoio dos integrantes ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e participação em atos golpistas contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A religião, conhecida pelo ritual do chá de ayahuasca e pela defesa de princípios como paz e preservação das florestas, agora lida com o incômodo pelo discurso político desses líderes e até o pedido de proibição temporária do uso do chá, que tem efeitos psicodélicos.

Membros e ex-membros da União disseram à Folha de S.Paulo que a instituição vem se “bolsonarizando” desde 2018, mas atingiu seu ápice durante o pleito do ano passado. Procurada, a instituição se disse apartidária e ainda garantiu que não professa ideologias nem teve preferências por candidatos na eleição de outubro. Porém, pessoas que defenderam atos golpistas se afastaram e quem criticou a entidade por sua postura em público também.

Um dos principais líderes da União do Vegetal, Raimundo Monteiro, o mestre Monteiro, enviou mensagens sobre as eleições. Indiretamente, ele chegou a dizer que um dos candidatos à presidência no ano passado defendia os “valores cristãos, sustentados pela União do Vegetal, como a família tradicional – homem, mulher e filhos”, enquanto a outra propunha “pautas incompatíveis com os mais elementares fundamentos morais e espirituais de nossa doutrina”.

Após o pleito, tanto ele quanto outros líderes utilizaram grupos da UDV para se manifestar de forma favorável aos atos golpistas. Monteiro chegou a aparecer em fotos em frente ao quartel-general do Exército em Campo Grande (MS).

Em carta aberta, membros criticaram a “manifestação de apoio, por parte de pessoas da alta hierarquia da União, a posicionamentos políticos”. Adeptos da religião também disseram que “longe dos discursos superficiais de direita e de esquerda”, não se alinhavam a discursos de ódio ou de preconceitos contra as minorias, à defesa da ditadura militar e à liberação de armas de fogo —bandeiras da gestão Bolsonaro.

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