Apoie o DCM

Banqueiro Ricardo Lacerda diz que elite empresarial precisa fazer mea-culpa por apoiar Bolsonaro

Ricardo Lacerda, sócio-fundador do BR Partners Banco de Investimento. Foto: Reprodução/YouTube

De Joana Cunha na Folha de S.Paulo.

Um dos grandes nomes do mercado financeiro, Ricardo Lacerda, sócio-fundador do BR Partners Banco de Investimento, diz que a elite empresarial brasileira precisa fazer um mea culpa sobre o apoio que deu a Bolsonaro.

LEIA – Banqueiros terão que apoiar Lula, aquele que pode “bater o devastador Bolsonaro”, diz Janio de Freitas

“Na ânsia de evitar o PT, muita gente séria acabou votando em Bolsonaro ainda no primeiro turno. Está aí a origem do desastre que vivemos”, afirma.

LEIA MAIS – Cristina Serra ironiza carta de banqueiros: “Entenderam que estamos todos na mesma tormenta?”

Para o banqueiro, o mercado sempre faz análise superficial. “Comprou o discurso liberal do Bolsonaro, ainda que seu comportamento em três décadas de Congresso tenha sido exatamente o oposto”, diz.
O impeachment não deve ser visto como remédio, na opinião de Lacerda, até para a população ter consciência do custo de uma escolha errada.

Para 2022, ele considera baixa a probabilidade de uma terceira via emplacar. Precisaria haver uma grande união de partidos, afirma o banqueiro, que é filiado ao Novo.

Um segundo turno entre Lula e Bolsonaro seria péssimo, diz ele, mas, se acontecer, será preciso analisar o compromisso de cada um com o centro.

“Dilma e Bolsonaro se recusaram a estender a mão para seus oponentes, mesmo depois de eleitos”, afirma.

Lacerda acha que Lula é uma opção ruim, ligada ao passado, mas fez um ótimo primeiro mandato. “Se voltar o Lula de 2002, cercado de pessoas competentes, mantendo as alas ideológicas e fisiológicas do PT mais afastadas, abraçando uma agenda de equilíbrio fiscal, podemos ter um cenário benigno”, diz o banqueiro.

(…)