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Barroso cogita suspender Telegram: “Brasil não é casa da sogra”

A imagem de Luis Roberto Barroso
O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso Foto: EVARISTO SA / AFP / 22/11/2021

Mariana Muniz entrevistou o ministro Luis Roberto Barroso no jornal O Globo. E ele falou sobre o aplicativo Telegram e os riscos que ele traz para as eleições de 2022.

É realmente viável a possibilidade de o Telegram ser banido do Brasil?

Nenhum ator relevante no processo eleitoral pode atuar no país sem que esteja sujeito à legislação e a determinações da Justiça brasileira. Isso vale para qualquer plataforma.

O Brasil não é casa da sogra para ter aplicativos que façam apologia ao nazismo, ao terrorismo, que vendam armas ou que sejam sede de ataques à democracia que a nossa geração lutou tanto para construir.

Como já se fez em outras partes do mundo, eu penso que uma plataforma, qualquer que seja, que não queira se submeter às leis brasileiras deva ser simplesmente suspensa. Na minha casa, entra quem eu quero e quem cumpre as minhas regras”.

Em janeiro, o DCM revelou que ministros do STF e e TSE estudavam a possibilidade de bloquear o Telegram. Bolsonaro soube da informação, o que gerou muita irritação nele e no seu grupo mais radical. Porém, o Centrão tentou tranquilizá-lo, afirmando que dificilmente os magistrados tomariam tal atitude. Só que Barroso deixa claro na entrevista que a chance disso ocorrer é muito grande.

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E o Bolsonaro?

Na abertura do ano Judiciário no TSE, o senhor disse que o presidente da República vazou a estrutura interna da área de Tecnologia da Informação da Corte. Na prática, Bolsonaro cometeu crime?

Eu não tenho que julgar. Eu me referi ao relatório da delegada que conduz o inquérito e que tem uma opinião que merece ser respeitada. A delegada tem estabilidade.

E isso dá o tom do que de fato aconteceu. Ainda na gestão anterior do TSE, houve uma tentativa de invasão (do sistema). Foi instaurado um procedimento sigiloso no TSE, um inquérito sigiloso na Polícia Federal no qual foram requeridas informações sensíveis sobre a arquitetura interna do TSE e esse material foi colocado na rede social do presidente.

O presidente facilitou a vida das milícias digitais”.

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