Barroso fala sobre voto impresso defendido por Bolsonaro: ‘Seria como voltar ao orelhão’

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, afirmou nesta sexta-feira que um possível retorno do voto impresso não vai acabar com os questionamentos sobre fraudes nas eleições e que seria um “atraso, como voltar ao orelhão”. Em entrevista à Rádio CBN, o magistrado, que também integra o Supremo Tribunal Federal (STF), listou uma série de problemas que poderiam ser gerados pela mudança, como a judicialização do resultado das eleições.
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Segundo o ministro, a implementação do voto impresso junto ao eletrônico abre um precedente para que partidos, instituições civis e os milhares de candidatos questionem na Justiça o resultado emitido pelas urnas. Uma das maiores preocupações, diz Barroso, seriam os pedidos de recontagem de votos, criando um problema que até então não existe e, por isso, considera que a eventual mudança “não vai servir para nada”.
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— O Brasil tem 5.600 municípios, teve na última eleição 450 mil candidatos, imaginando que um percentual pequeno dos que percam peça na Justiça a recontagem, vão contratar os melhores advogados eleitoralistas do Brasil para encontrar inconsistências, incongruências. Nós vamos judicializar o resultado das eleições. Em um país que judicializa tudo, nós não precisamos disso. Nós queremos que o poder emane das urnas e não de um juiz. Isso seria um atraso, uma espécie de volta ao orelhão. — defendeu.
Na avaliação de Barroso, o sistema eletrônico, em vigência desde 1996, nunca foi contestado com provas e fatos que sustentem as suspeitas de fraudes. Além disso, o ministro pondera que os questionamentos sobre a auditabilidade da urna eletrônica não passam de uma estratégia retórica, pois já existem uma série de etapas que garantem a segurança dos votos.
Entre os recursos, o ministro citou que os partidos políticos, o Ministério Público e a Ordem dos Advogados do Brasil já participam de algumas etapas do processo de inseminação do programa nas urnas, da impressão da zerésima antes do pleito começar – boletim impresso para comprovar que não há votos registrados -, e também recebem o boletim final com os votos que cada can
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