Apoie o DCM

Bicheiro Bernardo Bello é acusado de lavagem de dinheiro em escândalo de assassinato

A Zé do Churrasco foi fundada por Magalhães logo após a chegada da pandemia de Covid-19 ao Brasil, em 2020. Foto: Reprodução

Na manhã de 31 de maio de 2022, o advogado Carlos Daniel Dias André, de 41 anos, foi brutalmente assassinado em Niterói enquanto se dirigia para uma reunião com o empresário Marcello Magalhães, fundador da bem-sucedida Zé do Churrasco, uma empresa de delivery de kits de carne. A trágica morte desencadeou uma investigação que revelou uma trama obscura de lavagem de dinheiro envolvendo a máfia do jogo ilegal no Rio de Janeiro.

A Zé do Churrasco, fundada por Magalhães durante a pandemia de Covid-19, inicialmente parecia um exemplo de sucesso empresarial. Com mais de 23 milhões de kits vendidos e mais de 300 funcionários, a empresa movimentou R$ 20 milhões em menos de um ano. Contudo, a investigação conduzida pela Polícia Civil e o Ministério Público do Rio revelou que o negócio era uma fachada para a lavagem de dinheiro do bicheiro Bernardo Bello, responsável pelo controle do jogo do bicho na região.

O enigma se aprofundou quando se descobriu que Allan Diego Magalhães Aguiar, conhecido como Allan do Posto e ex-cunhado de Bello, tornou-se um “sócio oculto” da Zé do Churrasco em 2021. Investindo R$ 200 mil, Aguiar passou a controlar 50% da empresa, intensificando a lavagem de dinheiro ao incorporar os lucros ilícitos nas operações financeiras da companhia. Documentos do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) revelam movimentações suspeitas de R$ 22 milhões entre abril de 2021 e janeiro de 2022, indicando vínculos com empresas ligadas a Aguiar.

O desentendimento entre Magalhães e Aguiar resultou em um conflito armado na sede da empresa, culminando na expulsão de Magalhães. O advogado Carlos Daniel, antes mediador entre os sócios em conflito, tornou-se alvo de Bello após instigar uma investigação policial.

A Justiça decretou as prisões de Bello, Aguiar e Magalhães pelo assassinato do advogado. Enquanto Aguiar e Magalhães estão sob custódia há quatro meses, Bello permanece foragido, revelando as complexidades dessa teia de corrupção e violência que se estende por trás do aparentemente próspero império do churrasco.

Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link