Bicicletas públicas se tornam virais na China
No verão de 1965, um grupo de autodenominados anarquistas pintou 50 bicicletas de branco e as estacionou no centro de Amsterdã.
“Queríamos salvar a cidade”, disse Luud Schimmelpennink, 79, inventor do “Plano de Bicicletas Brancas”, como membro do movimento antiestablishment Provo. “A ideia era que com bicicletas grátis e sem cadeados, as pessoas deixassem de usar o carro”.
Embora o plano tenha dado errado – as bicicletas foram confiscadas pela polícia – ele ofereceu um relance do futuro. Esse ato brincalhão de rebeldia virou a norma.
E com o boom das bicicletas públicas ainda transitando a sua primeira década de existência, a Ásia já está superando as cidades europeias que foram o berço do fenômeno.
Hangzhou e Wuhan na China são as líderes mundiais; as megacidades da Índia estão tendo problemas para decolarem; os EUA estão correndo atrás; a África não existe.
Desde a plana Astana, no Casaquistão, a Quito, no Equador, a uma altura de quase 3.200 metros, agora existe um programa de bicicletas públicas em mais de 600 cidades em 52 países, segundo Russell Meddin, que mantém e atualiza The Bike-Sharing World Map, um site que pesquisa os planos de ciclismo no mundo inteiro.
O apaixonado pelo ciclismo da Filadélfia, que testou programas na China, na Europa e na América do Norte, disse que 68 programas novos foram lançados neste ano – a um ritmo de dois por semana.
Ao colocar milhões de ciclistas nas estradas, as bicicletas públicas estão reformando o design das cidades conectando o trânsito em massa, retirando carros dos centros e criando infraestrutura nova.
Nova York construiu 480 quilômetros de ciclovias enquanto os ciclistas dinamarqueses têm sua própria rodovia que liga Copenhague aos subúrbios.
Em sete anos, a China passou de não ter bicicletas públicas a contar com 650.000, muito maior que a frota de 47.000 da França.
“Eu chamo isso de Big Bang”, disse Meddin. “É necessário começar logo em grande escala e não desperdiçar tempo tentando testar o programa primeiro em uma escala pequena. Isso simplesmente não funciona”.
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