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Bisneta de Monteiro Lobato quer apagar racismo das obras do autor com novas edições

Da Folha de S.Paulo

Monteiro Lobato. Foto: Reprodução/MUITOInteressante

Um dos cânones da literatura infantil brasileira completa, neste mês de dezembro, cem anos. Escrito por Monteiro Lobato, “A Menina do Narizinho Arrebitado” introduziu o universo do “Sítio do Picapau Amarelo” e agora suscita não só comemorações, mas também debates fervorosos em torno do autor, considerado racista por alguns leitores e estudiosos, e uma reedição de sua obra, adaptada por sua própria bisneta, Cleo Monteiro Lobato.

Adaptada porque esta não se trata de uma reimpressão do texto original, com adendos e novo prefácio, como já ocorreu em outras reedições, mas de uma reformulação da obra, com exclusões e alterações de trechos e personagens sendo representados de maneiras diferentes, menos problemáticas.

Tudo para entrar em sintonia com as críticas de que o escritor paulista teria maculado a inocência das aventuras da boneca Emília ao incutir concepções preconceituosas e estereotipadas em seus livros. (…)

“Eu acho que há passagens problemáticas para quem lê os livros hoje em dia. A gente queria uma versão atualizada, cujo teor fosse compatível com os valores sociais contemporâneos, mas que mantivesse o estilo do Lobato”, diz Cleo, a bisneta do autor. “Eu queria que essa versão provocasse essa discussão que provocou, que não é sobre o Lobato, mas sobre o racismo estrutural no Brasil. Essa é a intenção.”

(…)