‘Bloco das favelas’ organiza ato após um ano da morte de Amarildo
O mantra #cadeoamarildo resiste nos morros cariocas. Moradores de favelas com Rocinha, Manguinhos, complexo do Alemão, Santa Marta, Cantagalo e Babilônia se reunirão num ato, marcado para o próximo domingo, em homenagem ao pedreiro Amarildo de Souza, cujo desaparecimento completa um ano nesta segunda-feira.
Batizado como “A festa nos estádios não vale as lágrimas nas favelas”, o protesto unificado deve ocorrer no entorno do Maracanã, simultaneamente à partida final da Copa do Mundo.
“Este é um ato diferente dos que aconteceram no Rio desde o ano passado. Dessa vez ele é marcado pelos moradores de favelas. A pauta da favela está colocada em primeiro lugar. A favela enfim é protagonista”, explica Gizele Martins, 28, comunicadora comunitária da Maré.
Amarildo, segundo Gizele, tornou-se símbolo para uma série de “abusos com os quais os moradores de comunidades convivem todos os dias”.
“Ninguém gosta de passar por tanque de guerra e armas no quintal de casa. Ninguém quer ser revistado e abusado gratuitamente. Ninguém quer ser confundido com bandido, nem ver parentes e amigos desaparecendo. É contra isso que lutamos. E com a Copa isso se intensificou de um jeito que nunca tinha acontecido.”
Os principais pontos discutidos pelos moradores das comunidades são o que os organizadores chamam de “militarização das favelas”, por meio das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e presença das Forças Armadas, e as remoções forçadas para obras como teleféricos, que nem sempre refletem as demandas locais.
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