Blog do Dirceu: mídia ‘escondeu’ pesquisa Ibope positiva para Dilma
Do blog de Zé Dirceu:
A pesquisa do CNI/IBOPE divulgada ontem, para além do fato de comprovar o apoio e a aprovação crescentes – mais do que eleitoral, portanto – da maioria do povo a nossa presidenta Dilma Rousseff e a seu governo, contém importantes informações para o governo e para o PT. Deve e precisa, assim, ser analisada do ponto de vista político.
O cidadão sabe que a mídia é contra o PT e que o noticiário é desfavorável ao governo. Por isso a pesquisa é mal divulgada, é escondida, não recebe destaque nem manchetes. Cada dia fica mais comprovado que o outro lado, o do governo, não é ouvido e que, particularmente nos debates e mesas redondas, e no noticiário da TV e rádio, não há pluralismo de opiniões e mesmo de informações.
Há uma determinação de poupar a oposição de criticas, especialmente de denúncias de corrupção – vide casos dos cartéis tucanos de São Paulo – e quase que um banimento do governo e dos partidos que o apoiam nos debates e mesas na TV. Jornalistas com pontos de vista contrários a orientação pró-oposição na mídia ou divergente dos donos dos meios de comunicação nem pensar… desapareceram. Quando muito, um ou outro articulista e olhe lá.
A pesquisa CNI/IBOPE, por isso mesmo, comprova a necessidade de fazer o debate público e de reagir a manipulação da opinião publica. Na verdade a criação da opinião pública pelas organizações Globo e pelos jornais Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo, comprova também que apesar de sua força e monopólio (na comunicação e na informação) a mídia não consegue impor suas versões e agendas.
Não consegue, principalmente, se reagimos com luta política, disputa de espaços, cobrança de direito de resposta e de pluralidade de opiniões. E se damos informações ao povo e a sociedade, se mobilizamos os que nos apoiam e querem manifestar esse apoio e denunciar a manipulação que oposição e mídia corporativa praticam .
Agora, a pesquisa CNI/IBOPE também comprova que é preciso novas ideias e novas equipes para avançar em nossas políticas nas áreas da saúde e segurança. Que é preciso fazer o debate e dar informações à sociedade sobre impostos, por exemplo, já que a maioria da população rejeita o atual sistema tributário nacional e o considera excessivo.
Isso mais do que comprova nossa posição defensiva nessa matéria e a urgência de uma reforma tributária e de um debate nacional sobre essa questão chave para nosso Brasil nos próximo anos. Precisamos de um debate nacional sobre como financiar o Estado de tem estar social que almejamos, o fim da pobreza e a distribuição de renda, a proteção social e previdenciária dos brasileiros.
E financiá-lo sem inviabilizar a poupança e o investimento. Então, é preciso e mais do que urgente debater sobre como reverter o atual sistema tributário nacional onde quem ganha menos paga mais e quem ganha mais paga menos.
Ainda somos um país em que a riqueza e o patrimônio praticamente não pagam impostos e onde os impostos são pagos pelo consumo e pela produção. Ainda somos um país onde as heranças, as doações e grandes fortunas, e os lucros financeiros e extraordinários quase não são taxados- ou simplesmente não o são. E é isso que precisamos mudar.