Bolinho de Carne: a mordida que reúne conversa e memória

O bolinho de carne é um dos poucos petiscos que se impõem sem arrogância. Simples no formato, generoso no sabor, ele aparece à mesa como quem não quer nada e, de repente, toma o centro da atenção. Crocante por fora, úmido por dentro, ele resume a lógica do boteco: pouco luxo, muita entrega.
O recheio pode variar, mas a essência é sempre a mesma — carne moída bem temperada, cebola, alho, às vezes cheiro-verde, às vezes um toque de cominho. Em versões mais ousadas, guarda um ovo cozido dentro, transformando o bolinho em um ritual de surpresa e memória.
No prato de alumínio, ele vem empilhado, quente, com aroma que combina com cerveja, cachaça ou refrigerante de garrafa. É comida que exige mão, dente, palito. E que nunca sobra. Em boteco bom, bolinho acaba rápido. É mais do que um salgado: é um gesto. Uma comida que convida ao convívio e preenche as pausas entre um assunto e outro. Entre um gole e outro. Entre um silêncio e uma gargalhada.