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Bolsonarista é demitido após usar carro oficial para atacar ônibus em SP

Edson Aparecido Campolongo foi demitido da CDHU — Foto: Reprodução

Edson Aparecido Campolongo, servidor da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) há mais de 30 anos, foi demitido nesta quinta-feira (24) após ser preso e indiciado por participação em uma série de ataques a ônibus na Grande São Paulo. Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação, a decisão foi tomada após a Justiça decretar sua prisão preventiva. Campolongo recebia salário de quase R$ 11 mil líquidos mensais e ocupava o cargo de motorista do chefe de gabinete da empresa.

As investigações da Polícia Civil indicam que o servidor participou de pelo menos 17 apedrejamentos usando um carro oficial da CDHU, veículo cedido por locadora à empresa pública. Imagens de câmeras de segurança revelaram a presença do automóvel em diferentes pontos da região do ABC Paulista onde os ataques ocorreram. Na casa de Campolongo, a polícia encontrou pedras, estilingues e outros materiais suspeitos. Ele teria dito que pretendia “salvar o Brasil”, mas os investigadores consideram essa justificativa pouco crível.

Funcionários da CDHU relataram surpresa com a prisão, já que Campolongo era considerado discreto e cordial no ambiente de trabalho. No entanto, nas redes sociais, mantinha postura radical, com publicações contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o presidente Lula, além de apoio declarado ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Há suspeitas de que ele também tenha recrutado outras pessoas para participar dos ataques, e seu irmão, Sérgio Campolongo, já teve prisão decretada por envolvimento em ao menos duas ações semelhantes.

O caso ganhou repercussão por envolver um servidor público de longa data e por ele ter se deslocado com frequência a eventos do governo de São Paulo, inclusive com a presença do governador Tarcísio de Freitas. A demissão foi formalizada após a abertura de sindicância e o indiciamento do acusado, segundo nota da CDHU. As investigações continuam para apurar o possível envolvimento de outros participantes e a motivação real dos crimes.