Bolsonaro “atira” no almirante da Anvisa em nova briga, diz Elio Gaspari

O jornalista Elio Gaspari aborda a nova briga de Jair Bolsonaro (PL) com o almirante responsável pela Anvisa em torno do passaporte da vacina e a variante ômicron.
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O que diz Elio Gaspari?
Ele escreve em sua coluna de domingo (12) na Folha de S.Paulo:
“Bolsonaro pintou-se para uma nova guerra: ‘Estamos trabalhando agora com a Anvisa, que quer fechar o espaço aéreo. De novo, porra? De novo vai começar esse negócio?’.
A Anvisa nunca sugeriu que se fechasse o espaço aéreo, mas, diante do surgimento de uma nova variante do vírus, o presidente anteviu uma nova batalha.
Ele não gosta da vacinação, preferia cloroquina e prefere viver no mundo da negação, supondo que com isso defende a economia. Há um ano, Bolsonaro dizia que a vacina Coronavac não seria comprada. Comprou-a. Condenava o isolamento social e teve que aceitá-lo”.
E desenvolve:
“A nova encrenca de Bolsonaro com a Anvisa foi um retrato da disfuncionalidade de seu governo. Com mais de 600 mil mortos, o governo federal ainda assim teria algo de que se orgulhar”.
E conclui:
“É seu estilo, mas não precisava chamar a Agência Nacional de Vigilância Sanitária para a briga.
Primeiro, porque a Anvisa é um órgão independente. Além disso, porque está atirando num quadro de sua tropa, o médico e almirante Antonio Barra Torres, cujo pecado seria ter traçado uma linha no chão, além da qual não pisaria.
Barra Torres pode ser visto como um exemplo do oficial que atendeu ao chamado do capitão. Militar e cavaleiro da Ordem de Malta, foi colocado na direção da Anvisa em março de 2020, quando os mortos pela Covid eram cinco, acompanhou Bolsonaro numa manifestação que desafiava a pandemia e o Supremo Tribunal Federal. Ele não se entendia com o ministro Luiz Henrique Mandetta e tinha tudo para virar um daqueles aloprados que o general Pazuello levaria logo depois para o Ministério da Saúde”.
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