Bolsonaro dá uma cotovelada na OAB, que reage timidamente

Jair Bolsonaro deu uma demonstração de que, na presidência, poderá comprar uma briga com a OAB. No domingo, quando questionado sobre a declaração de seu futuro ministro da Saúde sobre a necessidade de exames periódicos para aferir a capacitação dos médicos, desautorizou o futuro assessor e, ao mesmo tempo, deu uma canelada na entidade dos advogados.
“Ele (Mandetta) tá sugerindo o Revalida até com uma certa periodicidade. Eu sou contra porque vai desaguar na mesma situação que acontece com a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Nós não podemos formar jovens no Brasil, em cinco anos, no caso dos bacharéis de Direito, e depois submetê-los a serem advogados de luxo em escritórios de advocacia. Advogados de luxo não, boys de luxo de escritório de advocacia”, disse o presidente eleito.
A OAB reagiu, e seu presidente, Carlos Lamachia, disse que o exame é importante em razão da péssima qualidade de muitos cursos de direito — faculdades de fundo de quintal.
Em relação ao exame periódico dos médicos, Bolsonaro contraria nomes importantes da medicina brasileira, como o saudoso Adib Jatene, que sempre foi favorável a esse tipo de verificação, para garantir a qualidade do serviço prestado à população.
Além de Bolsonaro, outro político contraria ao exame de Ordem é Eduardo Cunha, hoje preso. Ele apresentou um projeto de lei para acabar com o exame, segundo os críticos para atender ao lobby dos donos de faculdades.
A OAB ainda não acordou para o o fato de que a força que impulsiona Bolsonaro, cedo ou tarde, vai tentar atropelar os advogados, para fazer valer a supremacia do Estado diante dos direitos dos cidadãos.