Bolsonaro é “motivo bastante” para que o voto eletrônico “seja preservado”, diz Janio de Freitas

O colunista Janio de Freitas, do jornal Folha de S.Paulo, defendeu o voto eletrônico contra a tese bolsonarista do voto impresso neste domingo (30). Ele escreveu o seguinte:
“Nada do que Bolsonaro diga ou faça está isento de interesse pessoal seu, que só se estende, com fortes motivos, aos filhos. Nesta regra, que faz a exceção de repelir a tradicional exceção a toda regra, tem inclusão automática o retorno ao voto impresso pretendido por Bolsonaro. E já engatilhado para discussão na Câmara.
LEIA MAIS – Janio de Freitas questiona: por que Wajngarten estava nas negociações da vacina?
A preocupação com fraude eleitoral, muitas vezes referida por Bolsonaro desde a campanha a presidente, é verdadeira —o que, nele, não deixa de ser afinal admirável. Mas não é para dificultar tal crime ainda mais, como sugerem sua denúncia de fraude e a promessa, em março do ano passado, de exibir as provas já em suas mãos —o que, nele, não deixa de ser sua mentira múltipla e continuada.
Ainda que o brasileiro sistema de votação e apuração eletrônica negue, um dia, a perfeição apregoada, a nossa pequena urna não figura em fraude alguma. O nome de Jair Bolsonaro está relacionado à fraude eleitoral constatada e provada, diz o termo técnico, com materialidade.
Na apuração das eleições de 1994, o juiz da 24ª zona eleitoral no Rio surpreendeu fraudes para quatro candidatos a deputado federal. Eram votados com cédulas (impressas) em papel diferente, mais fino. A constatação se deu em uma cédula para cada um dos quatro. O primeiro: Jair Bolsonaro”.
E Janio completa:
“Bolsonaro é motivo bastante para que o atual sistema de votação e apuração seja preservado, a menos que um dia se mostre vulnerável como o próprio Bolsonaro”.
Com informações da Folha.