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Bolsonaro fez 41 eventos com aglomerações e 454 funcionários da presidência foram infectados

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) provoca aglomeração em Tianguá (CE), em 26 de fevereiro de 2021
Foto: José Dias/PR

O boicote do presidente Jair Bolsonaro a medidas de combate ao novo coronavírus não se resume ao discurso. Levantamento do Estadão mostra que desde o início da pandemia de covid-19, o presidente promoveu pelo menos 41 cerimônias com aglomeração no Palácio do Planalto. De posse de ministros até o lançamento de um selo postal comemorativo em homenagem aos 54 anos da Embratur, as solenidades reuniram centenas de convidados, contrariando o isolamento, uma das ações mais eficazes para conter a propagação do vírus, de acordo com organismos de saúde.

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Nos eventos públicos, Bolsonaro apareceu sem máscara de proteção, outro item indispensável para evitar a contaminação em massa, e nos discursos, ao tratar de covid-19, defendeu o tratamento precoce com medicamentos sem eficácia comprovada. Enquanto o presidente provocava aglomerações, o número de mortes pela doença aumentava no País, chegando aos mais de 300 mil nesta semana. A doença também chegou ao Palácio do Planalto. Até fevereiro, 454 funcionários da Presidência contraíram a covid-19, segundo a Secretaria-Geral. Ao menos um morreu, o segundo sargento do Exército Silvio Kammers, que atuava no gabinete de Bolsonaro.

Um desses eventos ocorreu no dia 23 de fevereiro deste ano. Na ocasião, Bolsonaro falou para uma plateia de cerca de 300 prefeitos, vereadores e assessores em um dos salões do segundo andar da sede do Executivo. No mesmo dia, o País registrou 1.370 novos óbitos e o saldo de mortes totalizava 248.646, segundo informações do consórcio de veículos de imprensa. Bolsonaro também contrariou as regras de distanciamento social ao promover o lançamento de programas de governo, como o “Casa Verde e Amarela” (de habitação); o “Adote 1 Parque” (parques nacionais) e o “Norte Conectado” (inclusão digital na Amazônia). (…)