Bolsonaro fica sem acordo para entrar em novo partido e sem retorno ao PSL

De Hanrrikson de Andrade e Luciana Amaral no UOL.
Depois de abrir conversas com ao menos cinco partidos, entre os quais o PSL, e de estipular prazo até março para definir seu futuro partidário, o presidente Jair Bolsonaro segue sem uma agremiação para chamar de sua.
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A filiação a uma legenda é necessária para que o presidente esteja apto a disputar a reeleição em 2022 — de acordo com as regras da Justiça Eleitoral, o prazo máximo é até seis meses antes do pleito.
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Depois de deixar o PSL em 2019 devido a divergências com caciques da sigla, Bolsonaro e aliados, principalmente deputados que têm afinidade ideológica com o presidente, iniciaram empreitada para fundar uma nova legenda: o Aliança pelo Brasil. Sem ter saído do papel até agora, o projeto não deve decolar a tempo da corrida presidencial do ano que vem.
Segundo o sistema do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o Aliança tinha até 1º de abril quase 90 mil apoiamentos válidos. Para obter o registro na Justiça Eleitoral, um partido em formação precisa de 492 mil. Lideranças do movimento mantêm o otimismo, mas reconhecem que a meta é difícil de ser atingida, principalmente devido aos efeitos da pandemia do coronavírus.
O advogado Luís Felipe Belmonte, vice de Bolsonaro no comando do Aliança pelo Brasil, afirma que ele e seus correligionários têm até o dia 9 de dezembro de 2021 para conseguir a validação das assinaturas coletadas durante a primeira etapa de criação do partido. Segundo ele, se o presidente acabar se filiando a outra sigla para disputar a reeleição, o objetivo seguirá o mesmo.
“Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. O presidente tem noção exata da conveniência política dele. Outra coisa é o partido que está sendo formado”, disse o advogado. “A opção do presidente depende da avaliação dele. Mas em nenhum momento houve orientação para que a gente deixasse de concretizar nossos objetivos. A minha função é deixar o partido pronto.”
Belmonte disse ainda acreditar que a meta já poderia estar bem adiantada se não fosse a crise sanitária, que levou ao fechamento de cartórios, por exemplo. Apesar das dificuldades, o Aliança já teria, segundo ele, cumprido a meta de validação de assinaturas em 12 estados.
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