Bolsonaro insiste em interferência e mira diretores da Petrobras sem relação com preço

Bolsonaro insiste em interferir na Petrobras, mesmo após a troca do titular da pasta de Minas e Energia. Além do presidente da companhia, José Mauro Coelho, mais três diretores da empresa estão na mira do atual mandatário.
Nos últimos dias, executivos da companhia e funcionários graduados do governo confirmaram à equipe da coluna que o presidente quer a substituição de três diretores: o financeiro, o de tecnologia e o de relações institucionais.
A questão que intriga os técnicos da Petrobras e do próprio ministério é que, com exceção da financeira, as outras diretorias não têm relação com o preço dos combustíveis. Por isso, a insistência do presidente em tirar os titulares de seus cargos desperta suspeitas de que ele esteja querendo usar a alta dos combustíveis para aparelhar politicamente a empresa, diz o Globo.
Hoje, os três são funcionários de carreira, dois da própria Petrobras e um, cedido pelo Banco Central. Pelo menos um dos candidatos de Bolsonaro, o ex-diretor da Gol Paulo Palaia, que ele pretende colocar na área de tecnologia, é visto no entorno presidencial como bolsonarista.
A diretoria de relações institucionais, hoje comandada pelo economista do BC Rafael Chaves, administra a verba de comunicação da Petrobras, que foi de R$ 100 milhões de reais, em média, nos últimos três anos. Também administra os programas de responsabilidade social, que atuam em diversos estados.
Já a diretoria de tecnologia é responsável pela administração do Cenpes, o centro de pesquisas da petrolífera, que só no ano passado registrou 118 novas patentes. Na Petrobras, os diretores são indicados pelo presidente, mas precisam ser ratificados pelo conselho. O mandato é de dois anos, com possibilidade de ter até três reconduções.
O presidente já tenta nomear os diretores de Tecnologia e de Relações Institucionais desde a gestão do general Joaquim da Silva e Luna. Enquanto esteve no comando, Silva e Luna resistiu às investidas. Agora, Bolsonaro passou a querer também a saída do diretor financeiro e de relações com investidores, Rodrigo Araújo.
Essa é a única das três diretorias cobiçadas pelo presidente que tem relação com o preço dos combustíveis, mas mesmo assim o espaço para interferências é pequeno. E isso porque a política de preços não é definida apenas pelo diretor financeiro, e sim por um comitê do qual participam também o presidente da empresa e o diretor de refino.
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