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“Bolsonaro tem uma queda por substâncias e iniciativas mágicas”, diz Elio Gaspari

Bolsonaro segura caixa de cloroquina. Foto: Caroline Antunes/Fotos Públicas
Bolsonaro segura caixa de cloroquina. Foto: Caroline Antunes/Fotos Públicas

Para Elio Gaspari, Jair Bolsonaro tem uma “queda por substâncias e iniciativas mágicas”. Em sua coluna na Folha de S. Paulo, o jornalista cita a insistência do presidente sobre da cloroquina, além da crença nos efeitos econômicos do nióbio e do grafeno.

Ele fala sobre o pedido de Lindôra Araújo, vice-procuradora-geral da República para que sejam arquivadas denúncias contra o presidente e sua tese de que ele “acreditava sinceramente” que a cloroquina seria eficaz. “É direito da PGR acreditar sinceramente no seu pedido de arquivamento”, diz Gaspari.

O jornalista cita  uma série de negacionismos científicos, como não acreditar que os astronautas pisaram na Lua e o terraplanismo, e afirma:

“Um terraplanista convicto pode ter acreditado sinceramente que a cloroquina controlaria a Covid. A diferença entre ele e Bolsonaro está na persistência da convicção do capitão e, sobretudo, no fato de ter se baseado nessa crença sincera para demitir dois ministros, irradiando a superstição enquanto pessoas morriam. Registre-se que ninguém morreu porque o vizinho achava que a Terra girava em torno do Sol e, desde o fim da Inquisição, ninguém foi queimado por isso”.

Para Gaspari, Bolsonaro é dotado de uma “ignorância instrumentalizada”.

“Existem dois tipos de ignorância. A plena e a aquela que mesmo podendo ser sincera, é instrumentalizada. Os cardeais que mandaram Giordano Bruno para a fogueira podiam acreditar que a terra era fixa, mas estavam interessados também em preservar seu poder”, completa.

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