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Bolsonaro tira verba da saúde bucal; país tem 16 milhões sem dentes

Presidente Jair Bolsonaro
Foto:  Adriano Machado/Reuters

O governo de Jair Bolsonaro (PL) cortou a verba destinada a programas que promovem a saúde bucal no Brasil. O orçamento que estava reservado para 2023 caiu de R$ 27 milhões para R$ 10,5 milhões. Além disso, um mesmo corte de 60% diminuirá no próximo ano o alcance de programas federais como o Médicos Pelo Brasil e o Farmácia Popular.

No Brasil, 39 milhões de pessoas ainda precisam usar dentadura (total ou parcial), e 16 milhões não têm nenhum dente na boca, incluindo 41% das pessoas com mais de 60 anos, segundo a última pesquisa de saúde bucal divulgada em 2011 com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com o Conselho Federal de Odontologia (CFO), há ainda uma má distribuição de dentistas por território. Entre os profissionais da área, 58% estão na região Sudeste, local de 38% da população nacional. Além disso também há uma tradição de profissionais migrarem para mercados na Europa, Ásia e América do Norte.

O levantamento realizado pelo IBGE mostra que as pessoas totalmente desdentadas são 6,9% dos habitantes da região Sul e 17,6% na região Norte. Outro dado é que um em cada cinco brasileiros entre 25 e 44 anos usa dentadura, mostrando que o problema não é apenas pelo envelhecimento.

O contingenciamento de recursos para as pastas de saúde e educação aumentaram no último ano do governo Bolsonaro, que bloqueou ou cortou cerca de R$ 10 bilhões, em 2022, para manter o cumprimento do teto de gastos.

Críticos do governo relacionam os cortes à distribuição de verbas do orçamento secreto, que permite que parlamentares administrem verbas federais sem qualquer transparência.

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