Bolsonaro usa CPI de 15 anos atrás sobre outros índios e diz que é “verdade Yanomami”

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está nos Estados Unidos, publicou em suas redes sociais, na tarde deste sábado (28), que o seu governo foi o que mais “dispensou atenção” aos povos indígenas brasileiros.

Para supostamente embasar a afirmação, ele postou um link para um relatório de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) feita em 2008, durante o segundo mandato do presidente Lula (PT). A imagem mostra uma criança indígena com desnutrição, fotografada durante uma diligência da CPI no Maranhão.

“A CPI para investigar as causas, consequências e responsáveis pelas mortes de crianças indígenas por subnutrição de 2005 a 2007 foi instalada em 19 de dezembro de 2007 e operou até 06 de junho de 2008. Esta comissão realizou 18 reuniões e diligências aos Estados do Mato Grosso do Sul, Maranhão, Acre e Tocantins”, diz a introdução do relatório compartilhado pelo ex-presidente.

A CPI não foi a Roraima, onde vivem os Yanomami, que naquela época não estavam cercados pelo garimpo ilegal sem assistência nenhuma do governo federal sofrendo um processo de genocídio. No período em que a CPI foi realizada, a fome era uma realidade em todo país, problema que foi oficialmente erradicado, de acordo com a ONU, em 2014, após os governos Lula e Dilma (PT). Em 2021, durante o governo de Bolsonaro, o Brasil retornou ao mapa da fome.

A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara (PSOL), e outros especialistas na área, afirmam que a responsabilidade pelos quadros de desnutrição, malária e pneumonia, que atinge os Yanomami, é do ex-presidente Bolsonaro.

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