Bolsonaro usa nióbio para regularizar mineração ilegal em terras indígenas
Da Folha:

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) inaugurará nesta quinta-feira (27) uma ponte vizinha ao maior depósito mundial de nióbio. Bastante citado por ele antes e durante a campanha eleitoral de 2018, o minério acabou esquecido durante o seu governo.
(…) O motivo é que não há interesse das mineradoras em abrir novas operações de nióbio. Com a demanda atual do minério, as jazidas em exploração têm capacidade para abastecer o planeta por várias décadas.
O Brasil já é o principal produtor mundial, com 88% do total, segundo o Serviço Geológico dos EUA. A maior parte vem da CBMM (Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração), localizada em Araxá (MG).
(…) Além da falta de mercado, a exploração de nióbio em São Gabriel exigiria uma ampla mudança na legislação. A jazida local está incluída em três áreas protegidas e sobrepostas: a Terra Indígena Balaio, o Parque Nacional Serra da Neblina e a Reserva Biológica Morro dos Seis Lagos, do governo estadual do Amazonas. Nenhuma dessas categorias permite a atividade.
No lugar do nióbio, tudo indica que a agenda de Bolsonaro incluirá a regularização da mineração ilegal em terras indígenas, que sofrem com a presença de milhares de garimpeiros, com a destruição de margens de rios, a contaminação por mercúrio e a entrada de bebidas alcoólicas e prostituição.
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