Bombardeiros dos EUA sobrevoam costa da Venezuela em meio à escalada ordenada por Trump

Três bombardeiros estratégicos B-52 Stratofortress da Força Aérea dos Estados Unidos realizaram, em 15 de outubro, um voo de demonstração de força próximo à costa da Venezuela. A operação ocorre em meio ao aumento da presença militar norte-americana no Caribe e à autorização dada por Donald Trump para que a CIA conduza operações letais no país sul-americano.
Os aviões partiram da Base Aérea de Barksdale, na Louisiana, e sobrevoaram por cerca de duas horas o espaço aéreo internacional próximo ao território venezuelano, segundo autoridades e dados de rastreamento de voo. O Pentágono confirmou o movimento, mas não esclareceu se os bombardeiros estavam armados. Os B-52 — com capacidade de lançar mísseis de longo alcance e bombas guiadas por GPS — usaram os indicativos BUNNY01, BUNNY02 e BUNNY03, em um claro sinal de que os EUA não pretendiam ocultar sua presença.
A operação é parte da ofensiva coordenada por Trump para pressionar o presidente Nicolás Maduro, acusado por Washington de liderar uma rede de narcotráfico e terrorismo. Desde o início de setembro, os Estados Unidos realizaram cinco ataques a embarcações venezuelanas, com 27 mortos. “Estamos olhando para a terra agora, porque o mar já está sob controle”, declarou Trump em 15 de outubro. A Casa Branca também ofereceu US$ 50 milhões pela captura de Maduro, descrito como chefe do “Cartel de los Soles”.
Atualmente, cerca de 10 mil soldados norte-americanos estão posicionados no Caribe, apoiados por caças F-35B, drones MQ-9 Reaper e o navio de assalto anfíbio USS Iwo Jima, todos operando a partir de Porto Rico. Imagens divulgadas pela Reuters mostram militares carregando mísseis Hellfire em drones, enquanto caças F-35 foram fotografados com armamento real — indicados pelas faixas amarelas nos projéteis. Helicópteros de operações especiais também foram vistos sobrevoando áreas próximas a Trinidad e Tobago.
O secretário de Defesa, Pete Hegseth, confirmou nas redes sociais que o almirante Alvin Holsey, chefe do Comando Sul dos EUA, deixará o cargo até o fim do ano — uma mudança considerada inesperada. Enquanto isso, a presença militar americana na região continua a se expandir, com analistas interpretando o movimento como um prenúncio de intervenção direta.