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“Boomers” milionários economizam com medo de ficar sem dinheiro; entenda

Pessoa contando um maço de notas de dóla, com uma calculadora ao fundo – Foto: Reprodução

Mesmo entre os aposentados milionários, o medo de ficar sem dinheiro tem levado muitos a economizar além do necessário. Um estudo da Prudential Financial revelou que casais de 65 anos com mais de US$ 100 mil em ativos retiram apenas 2,1% de suas economias por ano, quase metade da taxa considerada sustentável. Segundo David Blanchett, da PGIM DC Solutions, aposentados costumavam gastar cerca de 4% anualmente sem risco de esgotar os recursos, mas a expectativa de vida mais longa e o aumento no custo de moradia e saúde mudaram esse comportamento.

Os pesquisadores chamam esse fenômeno de “quebra-cabeça de consumo na aposentadoria”, que mostra como até os ricos se sentem financeiramente inseguros ao parar de trabalhar. Dados do Federal Reserve indicam que menos da metade dos “boomers” economizou o suficiente para se aposentar, e 43% das pessoas entre 55 e 64 anos não possuíam reservas em 2022. Mesmo quem acumulou patrimônio significativo tende a poupar excessivamente, temendo o futuro e a instabilidade econômica, o que contradiz a imagem de aposentadorias confortáveis e luxuosas.

Esse receio tem levado muitos idosos a “desaposentar”, fenômeno em que voltam ao mercado de trabalho para complementar a renda. No Reino Unido, quase 20% dos “boomers” e da geração X tardia já retornaram à ativa, enquanto nos EUA o número de pessoas com mais de 65 anos empregadas quadruplicou desde os anos 1980. Hoje, mais de 11 milhões de americanos nessa faixa etária ainda trabalham, representando 7% de todos os salários pagos.