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Boulos se reúne com empresários e diz que não abre mão das pautas sociais

Guilherme Boulos

Da Folha:

Longe dos holofotes, o candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, cultivou nos últimos três meses um público bastante distinto dos movimentos sociais e intelectuais de esquerda que normalmente o cercam. Em uma série de lives que chegaram em alguns casos a reunir até 30 participantes, Boulos fez acenos a executivos do mercado financeiro e empresas de áreas como shopping centers, aviação, tecnologia, data centers, autopeças, celulose e agronegócio em geral.

Com o aumento do ritmo da campanha, a participação do postulante nessas conversas foi interrompida por falta de agenda, mas entusiastas da candidatura seguiram promovendo esses eventos mesmo sem sua presença. (…) “Somos um grupo de colegas e amigos do mercado financeiro que decidiram ir de Boulos no segundo turno. Se você ainda está em dúvida, gostaríamos de compartilhar o porquê da nossa decisão, num bate-papo com perguntas e respostas, e participantes de diversas áreas e formações culturais”, dizia convite que circulou em redes sociais para um dos encontros, na noite desta terça (24).

Além da apresentação do plano econômico do candidato, que tirava dúvidas dos convidados numa espécie de sabatina, vieram à tona nesses diálogos temas como urbanismo, situação fiscal do município e a chamada “pauta ESG”. A sigla, de “Environmental, Social and Governance”, se refere a um conceito corporativo que considera, além do desempenho financeiro, as práticas ambientais, sociais e de governança de uma empresa. (…)

Segundo Paula Lavigne, as conversas que ajudou a organizar cumpriram o objetivo de “quebrar preconceitos e estereótipos de ambas as partes” e levaram o candidato do PSOL a também rever ideias.”Já lidei com muitos políticos, e talvez ele seja o menos radical de todos”, continua ela, rebatendo a pecha que a campanha de Covas tenta colar no psolista. “Ele quer ouvir e entender o que você está dizendo, se mostra disposto a avaliar as coisas. Eu também não concordo em tudo com ele.” (…)