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Brasil é notificado pela Corte Interamericana para se explicar sobre violações de direitos em acampamento do MST

Mesmo com a pandemia Governador de Minas Gerais autorizou despejo das famílias. (Foto: Setor de Comunicação MG )

Do site do MST.

Nesta segunda feira, 30, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) notificou o Estado brasileiro para que apresente explicações sobre o despejo das famílias do Acampamento Quilombo Campo Grande, em Minas Gerais. A notificação é resultado do pedido de medidas cautelares apresentado à CIDH em favor das famílias Sem Terra e denunciando a arbitrariedade do governo do estado, Romeu Zema (Novo) e do governo Bolsonaro.

Para Silvio Neto, da Direção Nacional do MST, essa notificação é fundamental para garantir que o Estado não cometa mais crimes como este e contenha seu autoritarismo no país. “Nossa expectativa é de que o Estado brasileiro, o governo e o judiciário nunca mais cometam despejos violentos como esse no Acampamento Quilombo Campo Grande. Esse conflito demonstra a necessidade da Reforma Agrária em nosso país. São 90 mil famílias acampadas pelo Brasil que precisam ter seu direito de acesso à terra garantido.”

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O despejo do Acampamento Quilombo Campo Grande, no Sul de Minas, foi o mais longo do século XXI no Brasil. Uma operação programada para começar e terminar na manhã da quarta-feira (12), tornou-se uma saga que deixa profundas marcas nas lutas sociais do estado. Por 56 horas, famílias Sem Terra resistiram pacificamente à pressão da Polícia Militar, dia e noite, no meio de uma estrada, sob o sol forte e o frio da madrugada, respirando poeira e ouvindo ameaças.

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