Brasil é o país que mais assassina transexuais pela 12ª vez consecutiva

De Rebeca Borges, Mariana Costa e Bruno Menezes no Metrópoles.
“Ela era uma pessoa carinhosa, amorosa. Não sei nem como descrever a minha filha. Deixou muitas amizades, trabalhava do jeito dela. Era uma cozinheira de mão cheia!” As lembranças de Lucilene Duarte Pereira sobre a filha, Chiara Duarte Pereira, são muitas. As boas memórias, no entanto, dividem espaço com a dor.
Em setembro de 2020, Chiara foi assassinada. A mulher de 27 anos teve o corpo esfaqueado e jogado da janela do 7º andar de um prédio em São Paulo. Quem cometeu o crime foi o vendedor ambulante Jeferson Pereira, de 18 anos. Ele foi preso em flagrante.
Chiara foi uma das 175 pessoas transexuais e travestis assassinadas no Brasil em 2020. Nesta sexta-feira (29/1), data em que se celebra o Dia da Visibilidade Trans, a Associação Nacional de Transexuais e Travestis (Antra) lançou um dossiê sobre a violência contra essa comunidade no país.
Pela 12ª vez, o Brasil seguiu ocupando o primeiro lugar no ranking dos países que mais matam transgêneros no mundo. Além disso, o número de assassinatos de mulheres trans e travestis é o maior desde 2008 — ano em que o dado começou a ser registrado.
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