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“Ninguém quer ouvir falar do Brasil”, diz Naji Nahas, sócio de Temer no golpe, sobre governo Bolsonaro

Naji Nahas e Michel Temer
Naji Nahas e Michel Temer.
Foto: Reprodução

Da Folha

Figura emblemática do mercado financeiro do Brasil, conhecido pelo episódio da quebra da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, Naji Nahas avalia que as escolhas políticas recentes têm feito o Brasil perder uma grande oportunidade de se destacar frente aos pares no cenário global.

Durante participação em evento da Genial Investimentos nesta quarta-feira (10), Nahas afirmou que o ambiente recente de liquidez abundante nos mercados internacionais, com forte desempenho nos preços das commodities, acabou sendo desperdiçado pelo país.

“O Brasil tinha tudo para estar bombando”, afirmou Nahas, que recentemente voltou às manchetes dos jornais por organizar um jantar com a participação do ex-presidente Michel Temer e empresários, em que imitações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) viralizaram nas redes sociais. (…)

“Infelizmente, a política está prejudicando. Você vai lá fora e fala sobre Brasil, ninguém quer ouvir falar do Brasil”, assinalou o libanês, radicado no país desde 1969. “Não estou otimista sobre 2022, estou achando muito complicado o quadro.” (…)

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Quem é Naji Nahas, o picareta que Temer escolheu para zombar das hemorroidas de Bolsonaro

O Brasil de fato não é para amadores.

Menos de uma semana após salvar a pele de Bolsonaro com uma insossa cartinha de trégua ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, Michel Temer juntou um grupo de amigos para tirar sarro do capitão (veja o vídeo no final do artigo).

Escolheu o apartamento de um patrício, Naji Nahas, que, como o golpista, não é alguém a quem você deveria confiar sua carteira.

Empresário de origem libanesa como Temer, criado no Egito, Nahas fez  fortuna no Brasil especulando e dando golpes no mercado financeiro.

Seu nome ficou conhecido nacionalmente em 1988, quando adquiriu uma imensa quantidade de ações da Petrobras, aproveitando que o seu valor estava baixo.

Porém, ele negociava as ações consigo mesmo, fazendo uso de empréstimos bancários, laranjas, inflando as cotações. Tudo de forma ilegal.

Durante meses, manteve seu plano, tornando-se milionário. Descoberto, teve sua carteira de ações confiscada pela Bovespa.

A maracutaia levou à quebra da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, que nunca mais se recuperou.

Nahas acabou preso.

Alegou que a quebra da bolsa do Rio foi provocada pelas decisões da direção do órgão, jogando a culpa nas costas de economistas. Voltou a ser preso em 2008 junto de outros investidores, entre eles, o banqueiro Daniel Dantas.

Também tem envolvimento com corupção e desvio de verbas públicas, lavagem de dinheiro e corrupção.

Como jamais honrou suas dívidas com o fisco, teve seu passaporte confiscado, assim como seus cartões de crédito. Até sua carteira de motorista foi confiscada.

Nahas voltou às manchetes em 2012, no caso Pinheirinho.

Seu nome estava associado ao caso de reintegração de posse de área que abrigava mais de 1500 famílias na cidade de São José dos Campos.

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