Brasil precisa explicar melhor como vai agir no pós-pandemia para atrair investimento, diz economista

Do Sputnik:
O valor engloba ações, fundos de investimentos e títulos de renda fixa. Para Álvaro Bandeira, economista-chefe do Banco de Investimentos ModalMais, o que houve foi uma “reposição de recursos”.
“Eu não diria uma atração para investir no Brasil e sim uma reposição de recursos. Nesse ano de 2020 os saques foram elevados. Só para se ter uma ideia, pelo canal financeiro chegamos a ter saída de cerca de US$ 56 bilhões [R$ 298 bi] no fluxo cambial negativo”, disse à Sputnik Brasil. Bandeira atribuiu o fenômeno aos problemas que a taxa de câmbio brasileira enfrenta.
“A desvalorização do real e crescente interesse externo acabou produzindo essa reposição que nós estamos falando”, afirmou. Álvaro Bandeira disse que, além do real desvalorizado, boas empresas acabam atraindo interesses de investidores em todo o mundo. “O investimento direto no país de 2020 está em US$ 31 bilhões [R$ 165 bi] e a expectativa oficial é que ele possa fechar o ano próximo de 50 bilhões [R$ 266 bi]”, calculou. Apesar do número de investimentos estrangeiros, Bandeira é cauteloso quanto à continuidade desses recursos.
Segundo o economista, o governo brasileiro precisa ser claro sobre quais serão os passos adotados na política econômica após o fim da pandemia da COVID-19. “Se forem fluxos de investimento de mais longo curso, ou seja, recursos que vieram para ficar no Brasil e não especular um pouco diante de um real desvalorizado, seria absolutamente positivo. Mas para que isso se configure como um fluxo perene, seria preciso que o governo clareasse como vai agir no pós-pandemia”, ponderou.
(…)