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Brasil se junta a países islâmicos contra resolução da ONU sobre direito das mulheres

Da coluna de Jamil Chade no UOL:

O governo de Jair Bolsonaro aprofunda uma postura ideológica em negociações diplomáticas sobre uma resolução que condena a discriminação de gênero e tenta fortalecer o direito das mulheres. O texto sob consideração no Conselho de Direitos Humanos da ONU ganhou importância principalmente no momento em que a pandemia revela a disparidade no mundo e como a crise vem afetando de forma desproporcional as mulheres.

A postura do Brasil coincide com as propostas realizada por alguns dos governos mais repressivos contra mulheres, como os sauditas. Governos de países islâmicos e a ultra-conservadora Rússia também adotou posturas parecidas às do Itamaraty. Já os europeus, Israel e latino-americanos apoiam o texto.  O projeto foi submetido pelo México e toca em assuntos como a necessidade de “eliminar todas s formas de discriminação contra mulheres e meninas”. A meta é a de reforçar a luta pela igualdade de gênero como um dos objetivo das metas de 2030.

Neste ano, um dos objetivos é ainda o de tratar da sobreposição – ou intersecção – de discriminações sofridos por mulheres. Mas, num rascunho dos comentários feitos pelo Brasil aos autores do projeto, o Itamaraty pede que o parágrafo inteiro que tenta definir o conceito de intersecção” seja excluído. A proposta do Brasil é apoia por países islâmicos como Paquistão, Iraque ou Indonésia.

Num outro trecho, o Brasil ainda pede a eliminação de referências aos direitos reprodutivos e saúde sexual para mulheres. Junto com os sauditas, o Itamaraty sugere ainda suprimir um parágrafo no projecto sobre acesso à “planejamento familiar e métodos modernos de contracepção”.

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