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Brasileira denuncia que Portugal ameaçou tirar seu filho caso não deixasse o país

Tornozeleira na perna esquerda do bebê — Foto: Divulgação para Portugal Giro

A brasileira Larissa Aparecida Martins denunciou que seu filho de um ano e meio foi mantido por 20 dias em dois hospitais públicos de Portugal, sob ameaça de ser entregue a outra família. Segundo ela, a liberação só ocorreu após apresentar uma passagem de volta ao Brasil. “Ameaçaram entregar para uma família se não apresentasse a passagem de volta. Fiquei com muito medo de perder meu filho. Totalmente sequestrada”, afirmou em entrevista. A medida teria sido motivada por uma discussão com o marido, quando a Guarda Nacional foi acionada, e Larissa acabou levada ao hospital com o filho.

Durante a permanência forçada, Larissa relatou ter sido orientada por um representante das Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) a assinar um documento que, segundo ela, foi apresentado com informações falsas. “Mentiu para mim, dizendo que era um meio de tirar a gente dali”, contou. Ela relatou também que a criança recebeu alimentação precária e usava uma pulseira de controle com sensor. “Morri de medo quando colocaram a tornozeleira na perna dele, um ato desnecessário”, relatou Larissa, acrescentando que o filho ficou confinado em um quarto quente e sob vigilância constante.

Diante da pressão, o casal conseguiu uma passagem com ajuda do chefe de Jeferson, marido de Larissa. O caso levanta questionamentos sobre o tratamento de imigrantes em Portugal, especialmente de brasileiros. Em resposta, a CPCJ alegou que houve consentimento dos pais para a intervenção e que foi acordada uma alternativa em conjunto com a família. No entanto, o Ministério da Saúde português não respondeu sobre o episódio.