Apoie o DCM

Brasília já dá como certa queda de Bolsonaro: por impeachment ou pelo TSE

Jair Bolsonaro. Foto: CARL DE SOUZA/AFP

Da coluna de Rosângela Bittar, no Estadão:

Aparentemente, há fatos e indícios demais que justificam o afastamento do presidente Jair Bolsonaro. O consenso na política, porém, é de que o cenário ainda exige cautela. A caça foi avistada, está acuada, mas ainda não pode ser alcançada.

Os fatores que sustentam a mudança de rumo estão em plena ebulição. Apenas a reeleição, que Bolsonaro sempre considerou favas contadas, está fora de cogitação. Sucumbiu junto com os milhões de vítimas da covid-19 e dos desempregados por ela. Ainda há quem acredite na reabilitação do candidato nesses próximos dois anos e pouco, mas estes são raros.
Ninguém mais discute, porém, se o presidente resistirá até o fim do mandato. A dúvida é sobre como vai sair, se pela impugnação da chapa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ou pela deposição via Congresso, o impeachment. Para os dois desfechos ainda não existem as condições necessárias, em provas, perdas de apoio, enfraquecimento político.A novidade atual é a troca de posição das probabilidades.
A impugnação no TSE, que até há duas semanas era vista como a hipótese mais fácil, perdeu favoritismo. A equação se inverteu. Duas razões se destacam para a desistência desta aposta. A cassação eleitoral padece de provas incontestáveis. Robôs espalhando notícias falsas, com formação de rede do ódio e seus efeitos decisivos na eleição, são provas “tênues” politicamente, questões áridas e técnicas, de difícil compreensão, até mesmo para os juízes da corte eleitoral.(…)