Apoie o DCM

Cabo Anselmo afirma não sentir culpa por entregar militantes à ditadura

Do UOL:

Há quatro décadas, ele era um agente duplo que ajudou a ditadura militar a prender ou matar cerca de 200 pessoas –o cálculo foi feito por ele mesmo. Hoje, sem documentos (o cartório de sua cidade pegou fogo), exonerado da Marinha, José Anselmo dos Santos, o Cabo Anselmo, afirma não sentir culpa pelo que fez. Mais do que isso, diz que já foi “anistiado” por Deus.

“Colaborei com o Estado legal, com a pátria, com a nação, consciente de que a Ditadura do Proletariado ou qualquer ditadura é contrária à liberdade. A motivação maior foram valores cristãos incutidos na infância”, afirmou Cabo Anselmo ao UOL, em entrevista por e-mail.

A trajetória do militante de esquerda que se tornou o principal colaborador dos órgãos de repressão do regime militar é revisitada no livro “O Massacre da Granja de São Bento”, lançado na última terça-feira (29). De autoria do jornalista pernambucano Luiz Felipe Campos, a obra traz informações inéditas a respeito da operação que resultou na morte de seis militantes da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária), em janeiro de 1973, no Grande Recife, e teve participação decisiva do agente duplo.