Câmara dá de presente a Bruno Covas aumento salarial de R$ 24.175 para R$ 35.462

De Bruno Ribeiro no Estado de S.Paulo.
Em uma sessão extraordinária convocada para a manhã desta segunda-feira, 21, os vereadores de São Paulo aprovaram, em primeira votação, um projeto de lei que concede aumento de 46% no salário do prefeito Bruno Covas (PSDB), passando de R$ 24.175,55 para R$ 35.462. O vice-prefeito e os secretários municipais também terão reajuste. Para ter validade, é necessário que o projeto passe por uma segunda votação, que deve ocorrer nesta quarta-feira, 23.
O salário do prefeito era visto como uma trava que impedia algumas categorias do funcionalismo público de receberem salários acima dos R$ 24,1 mil. Essas categorias vinham fazendo pressão junto a vereadores para a concessão do aumento. O salário do prefeito e do secretariado não tinha reajuste desde 2012.
A medida pode gerar um impacto próximo de R$ 500 milhões por ano, segundo estimativa feita pelo gabinete do vereador José Police Neto (PSD), que se opôs ao reajuste. Só na administração direta, contando ativos e inativos, há 1.873 pessoas que poderão ter o salário elevado, o que resulta em um gasto extra de R$ 274 milhões por ano. A eles, somam-se os funcionários de empresas públicas, como a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), da própria Câmara Municipal e do Tribunal de Contas do Município (TCM) — órgão de fiscalização que não divulga o salário bruto de seu próprio pessoal, só o líquido. Esses gastos, somados, seriam da ordem de R$ 220 milhões, segundo a estimativa.
“Meio bilhão é o que o Covas conseguiu economizar com a reforma da Previdência”, apontou o parlamentar. Police Neto destaca, entretanto, que esse valor vai ser destinado só para uma cúpula de funcionários. “O que a gente mais discutiu nessas eleições foi a desigualdade. Essa medida que aprofunda as desigualdades é o que vai inaugurar a próxima gestão”, afirmou.
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