Apoie o DCM

Camilo Santana diz que paralisação da PM foi movimento político

Camilo Santana, governador do Ceará Foto: José Cruz / Agencia Brasil

De Thaiza Pauluze na Folha de S.Paulo.

Governador do Ceará, Camilo Santana (PT), 51, diz não enxergar direita ou esquerda no motim de PMs no estado, iniciado no dia 18 e encerrado no último domingo (1º). O petista, porém, critica a “mistura de política com polícia”, aponta chantagem dos PMs amotinados e vê a paralisação “muito mais política do que salarial”.

O petista recebeu a Folha no Palácio da Abolição na terça-feira (3) e evitou rebater o governo federal, mesmo após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ter jogado a responsabilidade para encerrar o motim no colo do governador e, depois, o ministro Sergio Moro ter pleiteado o mérito pelo fim da crise.

Três dias após o fim da paralisação, Bolsonaro decidiu antecipar o encerramento da operação de GLO (Garantia de Lei e da Ordem) para a 0h desta quinta (5) —Camilo havia pedido a manutenção de tropas do Exército até sexta (6).

Na terça, a Assembleia Legislativa cearense aprovou a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) sugerida pelo Executivo estadual que proíbe anistia a PMs amotinados. Camilo defende que uma proposta do tipo seja debatida no Congresso Nacional —a paralisação de policiais militares é proibida pela Constituição.

“No passado sempre se deu anistia. A polícia jamais pode deixar a população e o governador reféns. E o que vem depois? Os governos anistiam. Eles voltam a fazer porque acham que não vai dar em nada”, afirmou. 

O petista também defende uma espécie de quarentena para que um policial possa se candidatar em eleições e que ele seja obrigado a deixar a função, como ocorre com juízes, por exemplo. “Quem são as lideranças [do motim]? Deputado federal, deputado estadual, vereadores. É muito mais político do que salarial.”

(…)