Campanha de Bolsonaro não contratou fiscalização de rádios durante maior parte do pleito

presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL)
Foto: Reprodução/Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agencia Brasil
Após a campanha do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) convocar uma entrevista coletiva para acusar rádios de não veicularem sua propaganda eleitoral, membros da equipe do chefe do Executivo afirmaram que o serviço de monitoramento das inserções de rádio não havia sido contratado pelo marketing desde o início do pleito.
Dois integrantes do QG bolsonarista confirmaram que o primeiro contrato com uma empresa para fazer o serviço de fiscalização havia sido feito em agosto. No entanto, informaram que a empresa em questão só teria capacidade de monitorar 2 mil rádios e estava focada em fiscalizar os direitos de resposta.
Na semana passada, uma segunda empresa foi contratada, porém, quando já haviam suspeitas que as inserções estavam sendo “anuladas”. Quando procurada oficialmente, a campanha de Bolsonaro não quis responder os questionamentos encaminhados.
Segundo a jornalista Bela Megale, que conversou com marqueteiros, informou que os publicitários disseram que é algo “corriqueiro”, existem situações em que as propagandas eleitorais acabam não sendo veiculadas, seja por problemas de distribuição, desorganização de rádios menores e até má fé.
Para Paulo Vasconcelos, o publicitário que coordenou a campanha de reeleição do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), informou que isso aconteceu com seu cliente, assim como com outros políticos que já havia atendido em eleições anteriores, porém, disse que, desde o início das eleições, sempre averiguou o serviço de checagem, que é algo habitual para o profissional.
Quando a equipe de Vasconcelos captou que a supressão das inserções estava acontecendo acionou as rádios e, então, a propagada eleitoral pôde ser veiculada.
“Isso é algo corriqueiro. Aconteceu com Cláudio Castro neste ano, Henrique Meirelles em 2018, Aécio Neves em 2014. Acontece em todas as campanhas. Por isso, contratamos empresas de checking desde a primeira hora”, disse.
Quando o publicitário foi questionado se a contratação desse serviço é obrigatória, Vasconcelos respondeu que: “Não é que seja obrigatório, é profissionalismo”.