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Campanha de coleta de assinatura para partido de Bolsonaro em São Paulo exalta Moro

Painel escrito Aliança pelo Brasil formado por cartuchos de bala feito por Rodrigo Camacho.
Foto: Reprodução/Twitter

De Thaiza Pauluze na Folha de S.Paulo.

“Onde eu assino?”, diz um dos que passam pela calçada sob a chuva da tarde de quinta-feira (6) em Itaquera, na zona leste de São Paulo, ao ver um grupo verde e amarelo. Outros olham torto —e há quem cochiche um “sou vermelho e branco”— ao cruzar com a coleta de assinaturas para a criação da Aliança pelo Brasil, futuro partido do presidente Jair Bolsonaro. 

Um grupo de 11 voluntários bolsonaristas tem rodado a periferia paulistana atrás de apoiadores. Fazem vaquinha para custear cópias de formulários, tenda, banners, camisetas, bandeiras e calculam ter conseguido mais de mil assinaturas em duas semanas —entre abraços, selfies, gritos de guerra e também bate-boca com quem se opõe.

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O garoto-propaganda da Aliança em Itaquera foi Sergio Moro, ex-juiz e atual ministro da Justiça. Em uma das faixas sua foto era acompanhada da frase “somos todos Moro”. Outra dizia: “Apoio total ao Moro e a Lava Jato”. Nenhum banner ou camiseta tinha a foto de Bolsonaro.

Quem chegava para assinar fazia questão de elogiar o ministro. “Estou aqui não pelo presidente, mas por Moro”, chegou a dizer um. O empresário Caio Capelleti, 31, estava indo ao banco quando viu a tenda bolsonarista. “Gosto do Moro e apoio 70% do governo Bolsonaro”, afirmou.

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Mas quando uma mulher passa e critica Bolsonaro, os ânimos se exaltam. Sem querer se identificar, ela grita: “Bolsonaro não gosta nem de pobre nem de preto. Não olha pra gente”. Ouve em troca um “vai pra Cuba!”. E responde que até iria, se pudesse. Mas não é petista, frisa. Diz que “é tudo máfia, cada um que entra fica pior”. Ela chegou a passar mal devido ao bate-boca.

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