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Candidata do Partido Novo vende bota Louis Vuitton para patrocinar a própria campanha

Do Blog de Paulo Sampaio no Universa do UOL.

Gabriela Camargo, 31 anos, está frustrada. Candidata a deputada estadual em São Paulo, pelo Partido Novo, ela tinha em mente vender 16 de seus sapatos de grife para ajudar no patrocínio da própria campanha, até ser informada de que a lei eleitoral não permite.  “De acordo com o registro de candidato, só é possível usar o dinheiro de bens que a pessoa declarou no imposto de renda. Ninguém declara sapato”, informou a ela o coordenador da campanha, Murillo Ferreira, 32, que anteriormente trabalhou com Marta Suplicy e Michel Temer.

A candidata chegou a vender uma botinha Louis Vuitton e um scarpin Louboutin, por R$ 1 mil cada, em um grupo criado só para isso no aplicativo WhatsApp. “Pensava em conseguir por volta de R$ 16 mil, o que já seria uma ajudinha”, diz ela, que, na falta dessa possibilidade, resolveu se desfazer  de “umas ações” e de sua Pajero Sport 2006, pela qual pede R$ 30 mil. Já que não pode usar o dinheiro obtido com a venda dos próprios sapatos, a mãe e a irmã venderão os delas. “Minha mãe tem muito mais que eu. Nunca imaginei que fosse tão caro financiar uma campanha.”

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Gabriela garante que não contou com a colaboração do marido. Casada há dez anos com um executivo do mercado financeiro, ela conta que o conheceu quando passava férias em Saint Tropez, no sul da França, com a mãe, o padrastro e a irmã. Prefere omitir a identidade dele, que “é muito discreto”. O casal tem dois filhos, uma menina de 7 anos, um bebê de 1 e 4 meses, e mora com mais duas gêmeas e um garoto do primeiro casamento dele em uma cobertura de 600 metros quadrados no Itaim-Bibi, zona oeste de São Paulo, cuja sala abriga uma piscina suspensa de 6 metros de comprimento por 3 de largura. “Minha campanha não tem nada a ver com o negócio do meu marido.  São duas coisas completamente separadas.”

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A candidata diz que é “pró-mercado” e que quer promover “uma ponte entre o privado e o social, para que o dinheiro vá direto para as necessidades básicas da população, e não para financiar mordomias e a corrupção no governo”. Não dá exemplos práticos para explicar como viabilizará seu projeto.  Em seus comícios, ela tem repetido que “a gente (o Partido Novo) resolveu se unir contra eles (a classe política) para fazer diferente”.

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Gabriela Camargo, candidata do Partido Novo. Foto: Reprodução/UOL