Candidato de Bolsonaro à presidência da Câmara, Arthur Lira é acusado de desviar R$ 2,6 milhões da Petrobras
Da Veja

Líder do PP e do Centrão, o deputado federal Arthur Lira enfrenta alguns importantes processos na Justiça. Na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), ele é réu numa ação penal que o aponta como beneficiário de 106 000 reais em propina de um esquema de corrupção na Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Segundo o Ministério Público, o valor foi entregue em espécie a um de seus assessores no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
Na Segunda Turma do STF, Lira responde a processo como um dos integrantes do chamado “quadrilhão do PP”, organização criminosa que teria desviado recursos da Petrobras e garantido ao parlamentar 2,6 milhões de reais em dinheiro sujo. Na mais alta instância do Judiciário, ainda tramita uma queixa-crime apresentada por sua ex-mulher, que foi chamada por Lira de “vigarista profissional” depois de dizer, em entrevista a VEJA, que ele ocultou um patrimônio de 40 milhões de reais obtido com esquemas de corrupção. Ressalte-se: são acusações, o que não significa que o deputado seja culpado.
Sem se importar com esse currículo e acreditando em sua inocência, Jair Bolsonaro decidiu apoiar Lira na eleição para a presidência da Câmara, marcada para fevereiro. Político habilidoso, que controla cerca de 160 votos na casa, o deputado hoje é fundamental para a estratégia do governo, uma vez que ele demonstra total comprometimento com a agenda liberal na economia.
A fim de viabilizar a sua vitória no páreo, o Planalto autorizou o aliado a prometer cargos e emendas aos colegas, ofertas que estão sendo feitas, inclusive, a integrantes da oposição. Até aqui, ninguém tinha dúvida de que o deputado entregaria o que está prometendo. Na Câmara, Lira é conhecido por honrar compromissos, um “sujeito-homem” nas palavras das hostes bolsonaristas. Um processo judicial a que VEJA teve acesso, porém, mostra que nem todos acham que o líder do Centrão paga as dívidas que assume. (…)