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Candidatos pagam anúncios no Facebook com ataques ao STF e convocação ao 7 de Setembro

Candidatos pagam anúncios no Facebook com ataques ao STF e convocação ao 7 de Setembro. Foto: Reprodução

 

Em um anúncio pago que circula no Facebook e Instagram desde sexta-feira (2), o deputado Filipe Barros (PL-PR), chama seus seguidores para participarem das manifestações do 7 de setembro em defesa de uma “pátria livre do controle daqueles que são loucos pelo poder”, uma referência a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

O deputado, que é responsável por vazar ao presidente Jair Bolsonaro (PL) o inquérito sigiloso da Polícia Federal sobre uma invasão hacker ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), diz que “Um Brasil verdadeiramente independente é aquele em que supremo é o povo”.

Entre 29 de agosto e 4 de setembro, o número de anúncios nas plataformas da Meta convocando seguidores para os atos de 7 de Setembro dobrou,  sendo impulsionados 295 publicações a respeito das manifestações, contra 137 na semana anterior e 65 na primeira semana de campanha eleitoral.

O anúncio de Barros teve entre 250 mil e 325 mil visualizações apenas no Paraná, estado que ele representa. Segundo informações, a propaganda custou entre R$4,5 mil e R$6 mil à campanha de Barros, que até agora recebeu R$ 1 milhão do Fundo Eleitoral Especial (92% do total) e outros R$ 83 mil em doações de pessoas físicas (8%).

 

De acordo com o site Aos fatos:

  • O Aos Fatos identificou 495 anúncios nas plataformas da Meta veiculados entre o início da campanha eleitoral (16.ago) e o último domingo (4) convocando eleitores para manifestações nesta quarta-feira (7);
  • A maior parte (269 anúncios, 54,3% da amostra) foi paga por candidaturas;
  • Outros 54 (10,9%) foram impulsionados por perfis de candidatos, mas registrados por CNPJs não associados oficialmente às campanhas ou sem aviso de propaganda eleitoral, exigidos pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral);
  • Além de Barros, outros 75 candidatos impulsionaram anúncios do tipo.

Ao todo, as peças custaram entre R$ 39,7 mil e R$ 92,4 mil aos anunciantes,, dos quais mais de 60% foram pagos por campanhas eleitorais. Além de que, pelo menos 130 anúncios contêm ataques a instituições ou desinformação sobre o processo eleitoral (26% da amostra). Essas peças alcançaram mais de 2,2 milhões de impressões no Facebook e no Instagram, custando entre R$ 16,9 mil e R$ 31,7 mil.

“A divulgação massiva de conteúdo ofensivo à democracia, o ataque a outros candidatos e o ataque ao processo eleitoral pode configurar tanto uma propaganda irregular, sujeita a multa, mas a depender da escala pode configurar abuso no uso dos meios de comunicação social”, afirma Silvana Batini, professora da FGV Direito Rio e procuradora regional da República que atuou também como procuradora eleitoral. “Isso pode gerar a cassação do registro do candidato.”

 

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