Cardápio 100% vegetariano: a reclamação de Paul McCartney ao presidente da COP30

O músico Paul McCartney enviou uma carta aberta ao presidente da COP30, André Corrêa do Lago, exigindo um cardápio totalmente vegano na conferência climática de Belém. O ex-Beatle, conhecido ativista dos direitos animais, criticou a previsão de que apenas 40% das refeições do evento seriam vegetarianas. “Servir carne em uma conferência climática é como distribuir cigarros em uma conferência de prevenção ao câncer”, escreveu McCartney.
Na carta, assinada em parceria com a ONG Peta, o músico destacou o impacto ambiental da pecuária. “A indústria de agricultura animal é uma das maiores causadoras de desmatamento e da catástrofe climática que está assolando o planeta”, afirmou. McCartney citou dados que atribuem 80% do desmatamento mundial à atividade pecuária, com consequências especialmente graves para a Amazônia.
O artista enfatizou a simbologia da escolha de Belém como sede do evento. “É apropriado que a COP30 seja realizada em Belém, a porta de entrada para a Amazônia, cuja floresta tropical é frequentemente chamada de pulmão da Terra”. Ele pediu coerência entre o discurso ambiental e as práticas do evento: “Peço que o senhor alinhe o cardápio com sua missão, tornando-o totalmente vegetariano”.
McCartney é defensor dos direitos animais desde os anos 1970, quando teve um momento de epifania com sua falecida esposa Linda ao observar cordeiros pastando durante uma refeição. O músico mantém parceria com a Peta desde os anos 1990 e usa sua influência para promover o vegetarianismo como solução ambiental.
