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“Carta aos Brasileiros” é mais direcionada aos militares do que a Bolsonaro, diz Jânio de Freitas

Bolsonaro e militares.Reprodução

 

Janio de Freitas, em sua coluna deste domingo (14) na Folha de S.Paulo, disse que a carta lida na Faculdade de Direito da USP no último dia 11 de agosto é mais direcionada aos militares, que aderiram à “acusação fraudulenta de vulnerabilidade da votação eletrônica a fraudes” do que a Bolsonaro, um “golpista que não pode dar golpe”. Leia trechos:

A celebração da democracia e do sistema eleitoral em vigor, nas cartas aos brasileiros e no 11 de agosto, evitou identificar sua destinação real, tanto por cautelas históricas como para facilitar a aventura democrática de muitos aderentes originários de outros conceitos.(…)

A celebração da democracia e do sistema eleitoral em vigor, nas cartas aos brasileiros e no 11 de agosto, evitou identificar sua destinação real, tanto por cautelas históricas como para facilitar a aventura democrática de muitos aderentes originários de outros conceitos.(…)

Até agora não houve nem sinais mínimos de condições para a repetição de um golpe de Estado parlamentar, como usado contra o progressismo social de Dilma Rousseff. O golpe só pode ser dado pelas Forças Armadas, o Exército como atacante básico.(…)

É preciso passar a limpo as relações institucionais entre a civilidade e a corporação militar. A começar do reconhecimento, impedido por hipocrisia histórica, da mais do que secular falta de afinidade entre as duas configurações. (…)

As cartas aos brasileiros não se fizeram necessárias por Bolsonaro. Foi a adesão explícita de generais e coronéis, à frente o próprio ministro-general da Defesa, ao veio central da preparação golpista, que é a acusação fraudulenta de vulnerabilidade da votação eletrônica a fraudes.