Casal consegue engravidar com ajuda de IA que localiza espermatozoides “invisíveis”

Após quase duas décadas de tentativas frustradas de fertilização in vitro, um casal finalmente conseguiu engravidar graças a um novo método desenvolvido com inteligência artificial. O sistema, chamado STAR (Sperm Tracking and Recovery), foi criado por pesquisadores do Columbia University Fertility Center e conseguiu identificar apenas três espermatozoides viáveis em uma amostra de sêmen de um paciente com azoospermia — condição rara em que nenhum espermatozoide é normalmente detectado. Com essas três células, os médicos fertilizaram os óvulos da esposa, e a gravidez foi confirmada.
A tecnologia emprega um microscópio de alta velocidade e um algoritmo de IA treinado para localizar espermatozoides “escondidos” que passam despercebidos por embriologistas humanos. O sistema escaneia milhões de imagens em menos de uma hora e isola os espermatozoides com precisão, evitando o uso de procedimentos invasivos. Antes do STAR, a única opção viável para esses casos envolvia cirurgias nos testículos, com riscos de dor, cicatrizes e baixa eficácia.
O diretor do centro, Zev Williams, afirmou que a IA representa uma mudança de paradigma na medicina reprodutiva. Em um caso emblemático, técnicos passaram dois dias examinando uma amostra sem encontrar nada; o sistema STAR, por sua vez, detectou 44 espermatozoides em apenas uma hora. “Isso muda tudo”, afirmou o médico. A estimativa é que até 10% dos homens com infertilidade tenham azoospermia — e, até então, poucos tinham chances reais de gerar filhos com material genético próprio.
O tratamento, por enquanto, está disponível apenas em Nova York e tem custo estimado de US$ 3.000. A equipe planeja publicar os resultados e compartilhar o método com centros de fertilidade ao redor do mundo. Médicos ressaltam que a IA não substitui os embriologistas, mas amplia suas capacidades, revelando espermatozoides quase invisíveis. O nascimento do bebê, previsto para dezembro, marca a primeira gestação bem-sucedida com a ajuda do método STAR.